Jesus continua sob interrogatório e a surpreender-nos com as suas respostas. Da política ao catecismo, os fariseus experimentam Jesus, em todas as matérias. Agora, a pergunta a Jesus é sobre qual o principal mandamento, de entre os 613 preceitos que os judeus multiplicaram a partir dos 10 mandamentos! Jesus recorda-nos o amor a Deus e ao próximo, como duas faces da mesma moeda, pondo diante de nós o rosto de Deus e a face do irmão. Ambos provêm do mesmo Amor com que Deus primeiro nos amou. Amar a Deus e amar o próximo não é mais do que responder ou corresponder a esse primeiro amor. Por isso, movidos pelo amor de Deus, deixemo-nos converter ao Deus vivo e verdadeiro.

Celebramos hoje o Dia Mundial das Missões. Neste ano, marcado pela pandemia da covid-19, o caminho missionário, que diz respeito a todos os batizados, inspira-se na resposta pronta e generosa do profeta Isaías ao Senhor: «Eis-me aqui, envia-me» (Is 6,8). É a resposta, sempre nova, à pergunta do Senhor, dirigida hoje a cada um: «Quem enviarei?» (Ibid.). Este chamamento provém do coração de Deus, a quem pertence a nossa vida, por inteiro. Na verdade, somos imagem de Deus (Gn 2,27)e trazemos inscrita e tatuada no coração esta divisa amorosa: «Eu pertenço ao Senhor» (Is 44,5). Somos d’Ele. E n’Ele somos dados aos irmãos. “A missão que Deus confia a cada um faz-nos passar do «eu» medroso e fechado ao «eu» resoluto e renovado pelo dom de si mesmo aos irmãos”.

Somos felizes, porque somos convidados para a mesa do Senhor. À mesa da família, em nossa casa, ou à mesa da Eucaristia, na nossa Casa comum, celebramos a alegria do amor em família, a alegria do amor de Deus por nós. Na Eucaristia, participamos no banquete nupcial, em que o próprio Filho Se oferece no Seu amor por nós. O nosso Deus é um Deus da alegria, do amor, da dança e da abundância, do banquete e da festa, da convivialidade e da comunhão. Celebremos, à mesa do Senhor. Revistamo-nos, desde já, do traje nupcial, da alegria do amor e da comunhão, para participarmos dignamente do banquete eucarístico.

Estamos a concluir, neste 1.º domingo de outubro, ainda com cheiro e sabor a colheitas e vindimas, os dias do chamado “Tempo da Criação”. Os cuidados primorosos da vinha, de que nos fala a Liturgia da Palavra deste domingo, recordam-nos o trabalho do amor com que Deus cuida de nós, na esperança dos melhores frutos. Esta vinha pode ser, para nós, a imagem da nossa Casa comum, da nossa família, da nossa Igreja e até da Criação inteira, que somos chamados a cuidar com a ternura de um jardineiro e a paciência de um vinhateiro. Passado o tempo das vindimas, deixemos Deus espremer a nossa vida, para vermos, com verdade, os frutos que Lhe oferecemos. Pois é «pelos frutos» (Mt 7,15)que os discípulos de Jesus são conhecidos.

Continuamos, neste domingo, a escutar o convite do Pai a trabalhar como filhos na vinha da Igreja, do nosso mundo, da nossa Casa comum. Há quem diga logo que “sim”, mas depois vire as costas; e há quem diga que “não”, mas depois se arrependa e vá. A parábola deste domingo é uma espécie de placa giratória: na medida em que ela se dirige aos que se acham justos, adverte-os para o risco de se tornarem pecadores hipócritas e instalados; na medida em que ela se dirige aos pecadores, dá-lhes a possibilidade de se porem a caminho, à escuta do Senhor, arrepender-se e levantar-se.Quero ser um humilde pecador a caminho… ou um pecador hipócrita, instalado na sua vida dupla? Eis a questão que está em cima da mesa da Palavra, nesta Eucaristia. 

Pág. 64 de 128
Top

A Paróquia Senhora da Hora utiliza cookies para lhe garantir a melhor experiência enquanto utilizador. Ao continuar a navegar no site, concorda com a utilização destes cookies. Para saber mais sobre os cookies que usamos e como apagá-los, veja a nossa Política de Privacidade Política de Cookies.

  Eu aceito o uso de cookies deste website.
EU Cookie Directive plugin by www.channeldigital.co.uk