Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, eis-nos já no V Domingo da Quaresma. Ainda não alcançamos a meta da Páscoa gloriosa e da vida nova em Cristo. Continuamos a correr, «esquecendo-os o que fica para trás, lançando-nos para a frente», porque a esperança corre sempre por caminhos de futuro. Mas este movimento, que abre um caminho novo, também requer uma pausa, um ponto de apoio, na Eucaristia, que é fermento da nossa transformação, da transformação do coração, da transformação das pedras em perdão.
Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, estamos a celebrar o IV Domingo da Quaresma. O tom rosa da cor litúrgica dos paramentos exprime já a alegria da Páscoa, que se deseja e se aproxima. Contritos, esperamos esta Páscoa, que celebramos semanalmente, em cada Domingo, na celebração da Eucaristia. Renova-se, para nós, a Festa de Jesus, o Filho de Deus, que estava morto e voltou à vida!
Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, celebramos hoje o 3.º Domingo da Quaresma. Este Domingo oferece-nos uma nova oportunidade de parar, de ancorar a nossa vida, dentro deste campo da vinha, desta comunidade cristã, que é o Povo do Senhor. Ancoramos na vinha da conversão. Reunidos em Eucaristia, aproveitemos a oportunidade para deixar o Senhor escavar e adubar o terreno do nosso coração, na esperança dos melhores frutos.
Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa, encontramo-nos, de novo, junto do Senhor, que nos chama a subir com Ele ao monte santo da transfiguração, para nos abrir novos horizontes no caminho da esperança. No passado domingo, ancorávamos em Cristo a nossa vida, partindo com Ele, para o deserto. Foi o nosso ponto de partida, para sair da terra da escravidão. Neste 2.º domingo da Quaresma, fixamos agora os olhos noutra pátria, na meta última da nossa peregrinação: a nossa transfiguração, a nossa transformação em Cristo.
Irmãos e irmãs: na passada Quarta-Feira de Cinzas, iniciámos o Tempo Santo da Quaresma. Propomo-nos viver a Quaresma de 2025, como Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa. Na verdade, a Quaresma é um tempo de esperança, cuja meta é a Páscoa do Senhor nas nossas vidas. Na Procissão de entrada, a Cruz abre o caminho e atrai o nosso olhar para Cristo. A âncora ao lado da Cruz é o símbolo de Cristo, nossa esperança, a quem dizemos de todo o coração: “No caminho, eu confio em Ti”.
O toque da trombeta, que anunciava o início do Ano Jubilar, no dia do Grande Perdão (Lv 25,9), ressoa também hoje, Quarta-feira de Cinzas, no toque da trombeta em Sião, para reunir todo o Povo de Deus e convocar-nos para um tempo santo de conversão ao Senhor, a fim de chegarmos de coração transformado à celebração anual da Páscoa do Senhor.O Jubileu de 2025, Ano da graça do Senhor, e a Quaresma deste ano, em direção à Páscoa, são um tempo duplamente favorável,para caminharmos juntos na esperança, para sairmos de nós mesmos, pondo toda a nossa confiança no Senhor. Eis porque o lema que nos guiará, em toda a Diocese do Porto e entre nós, é precisamente este: “Peregrinos de esperança, rumo à Páscoa. No caminho, eu confio em Ti”! Cristo ressuscitado e glorioso é a fonte profunda da nossa esperança viva. «Não fiquemos à margem desta esperança viva” (cf. EG 278)!
Olhar e falar. Duas dimensões da nossa vida que estão hoje sob o juízo da Palavra de Deus. No centro, é claro, está o coração. Um coração que vê. Um coração que fala ao coração. O coração de Deus ecoa na Palavra e ressoa em nossos corações. Quando nos fala, é o coração de Deus que transborda! Ponhamo-nos à escuta, deixando vibrar nas cordas do coração o timbre desta Palavra, para que ela possa frutificar na nossa vida. No silêncio do coração, acolhamos a Palavra do Amor e o fruto do seu amor, na entrega de Jesus ao Pai por nós.
Jesus sobe a parada e a escalada do amor, com este desafio: «Amai os vossos inimigos»! É bem alta a medida da vida cristã comum, que todo o discípulo é chamado a viver. Trata-se agora de amar, não apenas quem é diferente de nós, mas também de amar quem nos ofende ou é contra nós. Perante a loucura deste amor sem medida, deste perdão gratuito, desta dádiva sem recompensa, sentimo-nos pequeninos e suplicamos a Jesus que nos dê o que nos pede. Na medida em que nos deixarmos amar por Ele é que poderemos amar como Ele nos amou e mandou. Invoquemos e deixemo-nos transformar pela sua misericórdia e pelo Seu perdão.