Peregrinos de esperança, percorremos e completámos os 50 dias de Páscoa. Chega hoje à sua plenitude o tempo de Páscoa, com a Solenidade do Pentecostes. De facto, o Dom por excelência da Páscoa do Senhor é o Espírito Santo. O Espírito Santo é o Amor de Deus em Pessoa, é a Pessoa divina do Amor, que une o Pai e o Filho e Se faz Dom em nós e para nós. O Espírito Santo é o Amor do Pai e do Filho, que transborda do mais íntimo do coração de Deus e é comunicado e derramado no mundo, na Igreja, no coração de cada pessoa. E a nós cabe-nos, pela virtude do mesmo Espírito Santo, transbordar de esperança, ser semeadores e cultivadores da esperança, em que somos salvos (cf. 2.ª leitura da vigília Pascal).
Da Páscoa à Ascensão quarenta dias vão. E hoje, em vez de lágrimas na partida e na despedida de Jesus, fazemos Festa. Porque Ele parte para ficar e nós ficamos para partir em missão. Agora o desafio é o de partilharmos com todos aqueles que nos pedirem as razões da nossa esperança. Com a Ascensão de Jesus, a nossa pobre humanidade já chegou ao céu; junto do Pai, Jesus intercede por nós e esta nossa esperança transforma já a nossa vida. Nestes dias, entre a Ascensão e o Pentecostes, não estamos órfãos, porque o Espírito Santo nos assiste e porque Maria está connosco, como esteve com a Igreja nascente. Em pleno Dia Mundial das Comunicações Sociais, peçamos perdão, pelas vezes, em que não partilhamos as razões da nossa esperança. Invoquemos a misericórdia do Senhor.
No 40.º dia da Páscoa, quinta-feira da Ascensão, celebramos a Festa em honra de Nossa Senhora da Hora, padroeira desta comunidade. Sejam todos muito bem-vindos. Celebramos hoje a Festa, no contexto do Ano Jubilar de 2025, sob o lema «Peregrinos de esperança». Em todas as festas, orações e celebrações marianas, ao longo deste ano, temos vindo a aprender de Maria esta virtude teologal da esperança, daquela esperança que não engana, da esperança que brota da confiança da fé, na fidelidade do amor de Deus às suas Promessas. Hoje, gostaria de celebrar convosco a nossa Padroeira, Nossa Senhora da Hora, olhando para a Virgem Maria, como Mãe da santa esperança (cf. Sir 24,18). Assim a invocamos tantas vezes, na oração da Salve-rainha: «Esperança nossa, salve»! Como escreveu o saudoso Papa Francisco, “a esperança encontra, na Mãe de Deus, a sua testemunha mais elevada. N’Ela vemos como a esperança não seja um efémero otimismo, mas dom de graça no realismo da vida” (SNC 24).
Estamos ainda a celebrar a Páscoa do Senhor, neste Jubileu da Esperança. Estamos a caminho do Pentecostes, na companhia de Maria, preparando-nos para receber o Espírito Santo, que nos ensinará todas as coisas e que nos faz transbordar de esperança. E, nesta esperança, que tem o céu por meta, caminhamos todos nós, desejando ardentemente que o Senhor venha e complete a nossa alegria e nos dê a Sua Paz.
Peregrinos de esperança, nós caminhamos juntos, construindo, no seio da história deste mundo, o Reino dos Céus, no meio de muitas lutas, dores e tribulações. A meta da nossa peregrinação, desde a Criação à última vinda do Senhor, é alcançar os novos céus e a nova terra, uma vida nova, um mundo novo. Esta é a visão de esperança, que nos apresenta o livro do Apocalipse. Esta é a meta prometida por Cristo Ressuscitado, que, nos diz: “Eis que faço novas todas as coisas” (Ap 21,5). Em pleno Ano Jubilar da Esperança, esta celebração avive em nós esta esperança, de que somos sinais, semeadores e construtores.
O Cardeal Robert Francis Prevost foi eleito Papa,
na tarde do dia 8 de maio de 2025.
Escolheu o nome de Leão XIV.
Foram estas as suas primeiras palavras:
"Queridos irmãos e irmãs,
esta é a primeira saudação de Cristo Ressuscitado,
o Bom Pastor que deu a vida pelo rebanho de Deus.
Eu também desejo que esta saudação de paz
entre no vosso coração,
alcance as vossas famílias,
todas as pessoas,
onde quer que estejam, todos os povos, toda a terra.
Que a paz esteja convosco!
Nas bodas de Caná,
Maria defrauda as expetativas
da feminilidade idealizada:
«longe de se calar, fala;
longe de ser passiva, age;
longe de ser recetiva aos olhos do homem,
vai contra os seus desejos;
trazendo-o, por fim, para o seu lado;
longe de provocar uma situação desagradável,
assume a responsabilidade na situação,
Habemus Papam, Leão XIV. Foi o anúncio jubiloso que escutámos na tarde da passada quinta-feira, dia 8 de maio. Temos Papa. Temos Pastor. Neste Domingo do Bom Pastor agradecemos ao Senhor o dom de um Pastor Universal. No Evangelho de hoje, o Bom Pastor deixa esta promessa de esperança: “ninguém pode arrebatar nada da mão do Pai”. E disse-nos o Papa Leão XIV, na sua primeira saudação: “Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos de mãos dadas com Deus e entre nós, vamos em frente”. Somos todos chamados a escutar a voz e a seguir os passos de Cristo, o Bom Pastor, que deu a Vida por nós. Este é, por isso, o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Curiosamente, em Portugal, iniciamos também, neste Domingo, a Semana de Oração pela Vida! Enquanto há vida, há esperança. Enquanto há esperança há vida: vida acolhida e vida oferecida. Cada vocação é testemunha da esperança que pomos no Senhor e da esperança que o Senhor põe em nós.