Com o verão a aquecer e as férias à porta, o Evangelho faz-nos parar na beira da estrada. Não para ficarmos à sombra, mas para nos fazer olhar e estender a mão a quem mais precisa. A parábola do bom samaritano exalta a compaixão de um estrangeiro e denuncia a indiferença de dois homens, ligados ao culto do templo de Jerusalém. Na certeza de que o Senhor, o Bom Samaritano, usa de misericórdia para connosco, deixemo-nos misericordiar por Ele, para nos tornarmos também nós misericordiosos como o Pai, bons samaritanos desta humanidade ferida pelo desamor.
Peregrinos da Cidade Santa, exultamos de alegria ao entrar na Casa do Senhor. Aqui experimentamos a ternura de Deus, no coração da Igreja, nossa mãe. A Igreja, a nova Jerusalém, é verdadeiramente a «mãe» que nos acolhe, gera e dá à luz através do Batismo, que nos perfuma e embeleza com a unção do Espírito e nos alimenta e faz crescer com o Pão da Eucaristia. Esta Igreja é Mãe que nos conforta, consola e acompanha, com paciência e misericórdia, através da Palavra e dos sacramentos. E, como Mãe, faz-nos sair de casa, projetados em missão, pelo mundo, para levar a todos a Paz de Cristo. Deixemo-nos, pois, enviar pelo Senhor, que nos confia o trabalho tão feliz da colheita dos frutos do seu Reino, que está já presente no meio de nós. E deixemos que a Sua misericórdia se torne para nós fonte de alegria e de Paz.
Irmãos e irmãs: primeiro está o Senhor e por isso deixámos tudo para O seguir e responder ao Seu convite. Primeiro está o Senhor e por isso nada nos demoveu de sair de casa e vir ao Seu encontro. Levantámo-nos dos nossos afazeres e pusemo-nos a Caminho, sem nada opor ou antepor ou contrapor a Cristo. Ao iniciarmos esta celebração, assumimos a nossa condição de caminheiros da fé, de discípulos missionários, de peregrinos da esperança, que seguem Jesus para onde quer que Ele vá e O anunciam com alegria, em todo o lugar e em cada dia.
Em pleno mês dos Santos Populares, a Eucaristia Dominical é «a grande festa» do encontro do Senhor connosco e do nosso encontro com Ele.Jesus quer escutar a voz das multidões, quer ouvir a voz dos seus amigos e faz-nos perguntas que pedem uma resposta de viva-voz. Em pleno processo sinodal, o Apóstolo Paulo lembra-nos que somos todos filhos de Deus, todos com direito e dever de resposta. O Evangelho ensina-nos o caminho para chegar à resposta da fé verdadeira e plena. Para escutarmos, com o ouvido do coração, deixemo-nos mover e comover por este olhar de Cristo, trespassado na Cruz, para que o Senhor nos lave o pecado e de toda a impureza.
Reunimo-nos nesta Quinta-feira da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo, que nos reporta à instituição da Eucaristia, na Quinta-feira da Ceia do Senhor. Os gestos de Jesus, que toma o pão e o vinho, que bendiz o Pai, que parte e nos reparte o Pão da Vida, são desafio a uma vida tomada pelo Seu amor, a uma vida que se torna um Hino de louvor, a uma Vida que dá tudo e se dá inteiramente pela vida dos outros. A Eucaristia é assim uma escola de bênção. Deus diz bem de nós, seus filhos amados. E nós bendizemos a Deus nas nossas assembleias (cf. Sal 68, 27), reencontrando o gosto do louvor, que liberta e cura o coração. Vimos à Missa com a certeza de ser abençoados pelo Senhor, e sairemos para abençoarmos, para sermos canais de bem no mundo. Preparemo-nos, oferecendo ao Senhor o pouco ou nada que temos, oferecendo o que somos e temos.
A Igreja celebra hoje a Solenidade da Santíssima Trindade. Quando pensamos na Santíssima Trindade, que é mistério de infinito amor, pura relação de amor (amor dado, amor recebido e amor comunicado), entre pessoas diferentes,então rapidamente encontramos na família um ícone, uma imagem, onde tudo isto transparece, de modo tão belo e tão familiar. A família cristã, fundada sobre o matrimónio cristão é a imagem transparente da família divina, que é a Santíssima Trindade. Por isso, em pleno Ano Famílias Amoris laetitia, e neste Dia Diocesano da Família, celebremos e vivamos este mistério de infinito amor, que é Deus e há em Deus, a partir da alegria do amor nas nossas famílias.
O longo Tempo da Páscoa chega hoje à sua plenitude. Hoje celebramos a Solenidade do Pentecostes e nela o dom do Espírito Santo, que faz a unidade na diversidade e a harmonia nas diferenças.Caminhámos juntos, desde a preparação e celebração da Páscoa, que desejámos então como Páscoa da Paz para todos, até chegarmos hoje, todos juntos, ao Pentecostes. E hoje em que invocamos, ainda com mais intenso desejo, a Paz com dom do Ressuscitado e fruto precioso do Espírito Santo. Ele é o Espírito da Paz. Nesta Eucaristia, deixemos que o mesmo Espírito Santo, que converte a diversidade dos fiéis num só Corpo e converte o pão e o vinho no Corpo e Sangue do Senhor, transforme os nossos corações, para fazer de nós homens e mulheres de Paz.
A Ascensão de Jesus põe os nossos olhos no céu, para nos fazer aspirar às coisas do alto e assentar os nossos pés no chão. Para os discípulos, tão habituados à companhia do Mestre, às suas palavras e gestos tão humanos, há o desafio de aprenderem a olhar o mundo com os olhos de Jesus e a tornarem-se adultos na fé e na missão. O Senhor parte para ficar e agora ficamos nós ficamos para partir. Mas não estamos sós, porque o Senhor continua vivo e ativo, em nós e através de nós, no Corpo da Sua Igreja, no íntimo do mundo, como um fogo, graças à ação do Espírito Santo.