Pés ao caminho. Juntos pelo Natal.Este é o lema da nossa dinâmica pastoral, para um Natal em modo sinodal. E o caminho faz-se caminhando. Pelo que, hoje, o desafio é este: Usa os teus sapatos. Desbrava caminhos! A Liturgia deste II Domingo do Advento recorda-nos a figura de João Batista, que prepara o caminho do Senhor. Prepara-o, não sentado no conforto do Templo ou do Palácio, mas sujando os pés e as sandálias no pó do deserto. É ali, no deserto da solidão, onde não há quase nada, que João Batista se faz voz da Palavra, que hoje quer chegar também ao teu, ao meu, ao nosso coração.
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“Pés ao caminho. Juntos pelo Natal”. Este será o lema da nossa dinâmica pastoral, desde o início do Advento até à Festa do Batismo do Senhor. Para dar início a este caminhar juntos, em família, em comunidade cristã, de mãos dadas, com todos os irmãos e irmãs deste mundo, o desafio primeiro que se nos coloca é este: levantarmo-nos do chão, erguermos a cabeça para o alto, deixarmos as pantufas e o conforto do sofá e calçarmos um par de sapatos! Queremos dar a esta bela caminhada um estilo sinodal, para aprendermos a percorrer juntos o caminho que Deus nos chama a fazer, em família, em Igreja, no nosso mundo. Porque caminhamos sempre juntos e à luz do Senhor, que vem até nós atravessando as espessas nuvens do nosso tempo, acendemos agora a 1.ª vela da Coroa do Advento.
Concluímos hoje o ano litúrgico, com a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. A liturgia deste domingo convida-nos a contemplar o rosto humano e divino de Jesus, aclamado como o Filho do homem. Ele é o Rei do Universo, mas reina a partir da Cruz, naquele amor com que nos atrai para o Pai. Com Cristo, Rei e Senhor, aprendemos que o poder de Deus não se manifesta no uso da violência armada, mas no amor com que nos acolhe, nos perdoa e abraça a todos. Com Ele aprendemos que reinar é servir. É este o Seu modo de reinar: Ele não reina dominando-nos, mas atraindo-nos no Seu amor.
“Pobres, sempre os tereis entre vós” (Mc 14,7). Do óbolo da pobre viúva, exaltada por Jesus no Evangelho do domingo passado, à celebração do 5.º Dia Mundial dos Pobres, neste penúltimo domingo do ano litúrgico, permanece bem atual o convite de Jesus a não perder de vista a oportunidade de fazer o bem. Não há melhor forma de garantir o futuro do que viver bem o presente. A Palavra de Deus, neste domingo, é mais um sinal de alerta vermelho, de redobrada atenção, não porque o fim do mundo esteja próximo, mas porque é urgente lutar por um mundo novo. Deixemo-nos interpelar por esta espécie de “Plano de Recuperação e Resiliência”, que a Palavra de Deus nos oferece para esta mudança de época.
Amarás o Senhor, teu Deus, com toda a tua alma, com todo o teu coração, com todas as tuas forças! Ouvíamos, há oito dias, esta belíssima fórmula de oração judaica, no diálogo entre Jesus e o escriba. Agora, ao vivo, no templo, Jesus confronta a soberba, a avidez e a hipocrisia dos escribas, que jogam as sobras, com a gratuidade, a confiança e a generosidade da viúva que dá tudo o que tem para viver. Na conclusão da Semana de Oração pelos Seminários, tenhamos presentes os seminaristas e os seus formadores. Ofereçamos ao Senhor a alegria das crianças, a ousadia dos adolescentes e o entusiasmo dos jovens, para que o Senhor, ao ver a riqueza do seu coração pobre, encontre neles a liberdade e a coragem de dar e arriscar tudo por amor a Deus e aos irmãos.
Memória, gratidão e esperança. Com estes sentimentos, que se atravessam no nosso coração, cruzamos esta ponte que nos une aos que partiram antes de nós, que une a Terra e o Céu, o tempo e a eternidade, o princípio vital e o fim último da nossa vida finalizada em Cristo. Reunimo-nos em oração, na certeza de que esta pode não só ajudar os que partiram antes de nós, mas também tornar mais eficaz a oração de cada um deles em nosso favor. Na Eucaristia, que juntos celebramos, encontramos o lugar por excelência desta memória viva da Páscoa do Senhor, da gratidão mais profunda do coração que se eleva para Deus em ação de graças. Que esta celebração (no cemitério)| Que esta Eucaristia (na Igreja)“aumente em nós a esperança de que os nossos irmãos e irmãs, chamados a ser pedras vivas do templo eterno de Deus, ressuscitarão gloriosamente com Cristo” (cf. Ritual das Exéquias, n.º 97).
Percorremos o caminho de nossa casa até chegar a esta Casa Comum, para cruzar a ponte entre a Terra e o Céu, entre a beleza do que já somos e o que ainda se há de manifestar em nós. A alegria do domingo, que ontem vivemos, prolonga-se agora neste dia solene e de festa em honra de Todos os Santos. À vitória pascal de Cristo, que celebramos em cada Eucaristia, associa-se o coro incontável dos eleitos, que aclamam em alta voz a alegria da salvação e nos ensinam a cantar um hino de louvor a Deus e ao Cordeiro. Estes são dias para cruzar esta ponte, que nos une a todos, em Cristo, numa verdadeira comunhão dos santos. São os santos de antigamente e de longe, mas também os santos de hoje e de “ao pé da porta, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus” (GE 7).