O país regressou a casa, o ano escolar está à porta e setembro é o mês de todos os recomeços, também nesta comunidade. Em Portugal, a campanha eleitoral está na rua, com os políticos à pesca, nas praças e nas múltiplas redes sociais e de comunicação. Esperam-se, agora, os afamados banhos de multidão e até o tempo promete. Bem vistas as coisas, já não é nada como no tempo de Jesus, que não quer multidões de iludidos, mas discípulos e homens livres; promete cortes e não reversões. Perante a escalada da sua exigência, sentimos a prisão dos nossos pecados e invocamos a sua misericórdia.

A humildade é o estilo de Deus. E a gratuidade a sua marca. À mesa e à conversa com os convivas, Jesus introduz-nos, de novo, na sabedoria dos humildes e dos simples, na escola da humildade e da gratuidade, de que Ele próprio é o exemplo mais sublime. À mesa da Palavra, acolhamos o seu apelo e a sua presença de amor dado, sem troco nem preço.

Esforçai-vos por entrar pela porta estreita” (Lc 13,24)! É este o espírito de Jesus, que não nos define o número exato dos eleitos, mas nos indica o caminho da salvação. A nós, que O escutamos e aqui comemos e bebemos com Ele, Jesus adverte-nos, que é preciso validar o bilhete de entrada, no banquete do Reino, com o esforço da caridade.

Nem a crise energética nos livra do fogo que Jesus traz à Terra e que nos faz levantar do lodo fresco das nossas comodidades. Mas é assim mesmo. A corrida da fé continua a subir e a exigir cada vez mais. Fitemos os olhos em Jesus, o guia da nossa fé, e imploremos, para nós e para todos os irmãos, a graça do alimento que nos fortalece e anima, que nos dá a força da perseverança e da resistência. Invoquemos a misericórdia do Senhor.

Celebramos a Assunção de Nossa Senhora. A Assunção de Nossa Senhora é a Páscoa de Maria, é a festa da sua plena participação na vitória pascal do seu Filho Jesus Cristo. Maria, sempre unida ao seu Filho, na vida e até à morte, uma vez concluído o percurso da sua vida terrena, é associada à glória da ressurreição do seu Filho. Ela guia-nos, neste caminho de saída de nós mesmos, ao encontro dos outros e projeta-nos neste caminho com saída para a vida eterna.

Em pleno mês de agosto, o mês da mobilidade, das viagens e peregrinações, das férias e deslocações, iniciamos também a Semana Nacional das Migrações e dos Refugiados, tendo Abraão, nosso pai na fé, como figura histórica de referência, nesta busca errante de uma terra prometida. Ele é a imagem do crente peregrino e do crente que acolhe Deus, na pessoa do outro. Comecemos por reconhecer os nossos medos, fugas e indiferenças em relação aos últimos das nossas sociedades, a quem devíamos justamente dar o primeiro lugar.

A iniciar o mês deagosto, vêm a contragosto as advertências do sábio Coelet, do apóstolo Paulo e do único Mestre, que é Jesus Cristo. Talvez estivéssemos à espera, em tempo de férias, de uma Palavra mais suave, mais deslizante. Mas não. A Liturgia da Palavra não nos vende ilusões de verão e enche de sabedoria o nosso coração. Pela insensatez em que, tantas vezes, caímos, invoquemos a misericórdia do Senhor:

Senhor, ensina-nos a rezar” (Lc 11,1). É a prece do discípulo, que não pode seguir Jesus, até ao fundo, se não entrar na relação profunda de Jesus com o Pai. A Oração do Pai-Nosso, que Jesus ensina, não é mais uma oração no catálogo da piedade. É uma Catequese sobre o modo de rezar dos discípulos, que hão de aprender a fazer da oração um tratado de amizade, com a confiança de filhos, que esperam o melhor do Pai.

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